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João S. Souza

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Analogia da existência de Deus, maneira de um escritor — talvez, húngaro — encontrou como explicação da existência da Dividade:
“No ventre de uma mãe havia dois bebês, um perguntou ao outro “tu acreditas em vida após o parto?”, e o interlocutor respondeu “é claro, tem que haver algo após o parto, aqui, talvez, seja a preparação para o que virá mais tarde.” “Bobagem”, disse o primeiro , e que tipo de vida será esta?”
O segundo exclama “eu não sei, mas haverá mais luz do que onde estamos, quem sabe nós poderemos andar com as nossas próprias pernas e comer com nossas mãos e bocas, teremos outros sentidos que não podemos entender agora!
O primeiro retrucou “isto é um absurdo, o cordão umbilical fornece-nos nutrição e tudo o mais de que precisamos, mas, é muito curto. A vida após o parto está fora de cogitação”. O outro insistiu, “bem, eu acho que há alguma coisa, quiçá seja diferente daqui e não mais precisaremos deste tubo físico”. O primeiro contesta e indaga “nada disso, além do mais, se há realmente vida após o parto, porque ninguém jamais voltou de lá? 

Eu não sei”, disse o segundo, “mas certamente vamos encontrar a mamãe e ela cuidará de nós”. O primeiro respondeu “mamãe, tu acreditas, realmente, na existência de mamãe? Isto é ridículo, pois, se a mamãe existe, onde ela está agora?” O segundo disse”ela está ao nosso redor, cerca-nos de cuidados, somos dela, e nela que vivemos, pois, sem sua presença este mundo não seria e não existiríamos. O primeiro diz ‘bem, eu não posso vê-la, assim, é lógico que não existe’, enquanto o outro respondeu “às vezes, quando estou em silêncio, e concentradamente a ouvir, percebo a sua presença e ouço sua voz amorosa”.