Despretensiosamente, cultivo gosto por exposição escrita de ideias e, por que não, também ideais. A profissão advogado, por si só, invoca efetivamente atuação sob tal sentido.
Não por acaso, frequento recintos destinados a operações do Direito e ambientes forenses.
Após longo e gravíssimo riscos de contaminação por Covid reinício de presenças em unidades operacionais de apoio à Classe mantidas pela OAB/MG e destinadas a procedimentos funcionais e, via de consequência, ocasionam relacionamento pessoais sócio profissional da categoria, que o desaparecimento do vigor pandêmico exigia, mas, vigente a continuidade do uso obrigatório da máscara de cobertura e proteção facial a permitir interação presencial entre advogados. Assim, nesses encontros, assunto relativo à referida doença e mortes de convivas do labor diário sempre entremeado as nossas conversas. A satisfação do reencontro mesclado de tristeza em razão de relatos trágicos entre pares de muitos anos de convivência.
Numa dessas oportunidades, eu estava em recinto de comum frequência profissional, falava com um dos colegas de prenome Geraldo, a quem em épocas passadas e muitas vezes entreguei em suas mãos convites dos lançamentos de jornal, revista e livros autorais, que sucederam a pregressa fase “panfletagens”, minhas iniciativas autorais, sem obter feedback. Esse último diálogo, o referido advogado demonstrando-se não reconhecer a identidade deste seu interlocutor, dirigiu-me a seguinte indagação
“João, advogado metido a escritor, morreu?
Lhe respondi “
suponho que esteja vivo”. Após isso voltei minha atenção aos demais afazeres enquanto processava mentalmente a desfaçatez lastreada na “amizade” até então exteriorizada no comportamental do indivíduo protagonista do agouro lançado sobre mim tête-a-tête.
João Silva Souza