O alerta lançado na última sexta-feira pela OMS, depois de constatar que a infecção sexualmente transmissível — responsável também pela infertilidade — rapidamente desenvolve forte resistência aos antibióticos.
Não bastasse esse desleixo sócio-humano, a indústria farmacêutica investiu pouco nos últimos anos no combate a essa doença e, portanto, os novos remédios que chegam ao mercado são escassos. Para um dos produtos tradicionalmente usados, o ciproflaxacin, a eficácia registrada em 97% dos países avaliados pela OMS.
Atualmente, apenas um remédio é considerado como eficiente, o ESC.
A OMS estima cerca de 78 milhões de pessoas contaminadas a cada ano pela doença. Levantamento realizado em 77 países, inclusive o Brasil, a Entidade médica constatou que a resistência é “generalizada”.
A gonorreia, em alguns casos, não obteve cura, dois dos quais, registrados na Europa — na Espanha e na França — e uma ocorrência no Japão.
“Trata-se de uma bactéria muito “inteligente” e, cada vez, enquanto novo antibiótico é introduzido, ela se torna mais resistente”, disse Teodora Wi, a responsável pela agência da ONU para Saúde.
Em apenas 15 anos, a comunidade médica obrigada a mudar de tratamento três vezes diante da ineficiência dos produtos e da resistência desenvolvida.
A agência de saúde considera o cenário “muito preocupante”.
O que mais aflige a OMS é o fato de que a maioria das infecções registram em países considerados pobres, onde os estudos sobre a resistência da doença são mais escassos e o monitoramento, frágil, como o Brasil.
“O que se sabe apenas apontamento da pontinha do iceberg”, alertou Wi.”
A infecção afeta as partes genitais e aumentar o risco de HIV, é impacto na garganta o que mais preocupa no tange à capacidade da doença em sofrer mutação e maior resistência aos remédios por causa da mistura que a bactéria identifica com o tratamento contra uma infecção regular da garganta causada pela bactéria Neisseria gonorrhoea, a doença é espalhada com maior facilidade ante à queda no uso de preservativos, e o fato de seus sintomas serem pouco conhecidos para uma parte importante da população, desenvolve a doença sem tratamento adequado.
Face dos riscos, a OMS apela para que governos monitorem a resistência da doença e que invistam em novos remédios. Mas, para a entidade mundial, apenas o desenvolvimento de uma vacina freiará de forma definitiva a proliferação.
João S. Souza